sábado, 28 de outubro de 2017

Origem dos Mapas Conceituais



Estudos referentes à utilização de mapas conceituais no contexto educacional foram desenvolvidos por Joseph Novak no ano de 1972. O estudo de Novak desenvolveu-se dentro de um programa de pesquisa da Universidade de Cornell nos Estados Unidos, no qual buscou-se acompanhar e entender as mudanças na maneira como as crianças compreendiam a ciência (NOVAK E CAÑAS, 2010). No estudo, as crianças eram entrevistadas e os pesquisadores tiveram dificuldades de identificar mudanças no entendimento de conceitos, apenas com entrevistas transcritas.
Toda a pesquisa de Novak fundamentou-se segundo a Teoria da Aprendizagem Significativa de David Ausubel que foi realizada no ano de 1963, em New York, mas, é importante salientar que Ausubel nunca falou em mapas conceituais, seus estudos eram sobre a aprendizagem significativa, ou seja, quando há uma interação entre o novo conhecimento adquirido e aquele conhecimento que já existia anterior ao novo. Os conhecimentos já existentes servem de base para a nova informação que surge, gerando modificações e novos significados.
Segundo Novak e Cañas (2010), a ideia fundamental da psicologia de Ausubel é que a aprendizagem se dá por meio da assimilação de novos conceitos e proposições dentro de conceitos preexistentes e sistemas proposicionais já possuídos pelo aprendiz. Essa estrutura de conhecimento também pode ser chamada de estrutura cognitiva do indivíduo.
Retornando a pesquisa de Novak, como estas não estavam obtendo êxito com as entrevistas transcritas, buscou-se uma nova forma de representar como os conceitos eram compreendidos pelas crianças e foi, a partir destes problemas e discussões de solução, que surgiu a ideia de se trabalhar com mapas conceituais, que posteriormente mostrou-se muito mais do que uma ferramenta para uso em pesquisas, mas, um importante instrumento na construção de uma aprendizagem significativa.
A aprendizagem significativa e os mapas conceituais fazem parte das pesquisas de autores como Marco Antônio Moreira do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Moreira (2012 a) propôs a utilização de mapas conceituais como uma estratégia potencialmente facilitadora de uma aprendizagem significativa, pois, para o autor,  são diagramas indicando relações entre conceitos, ou entre palavras que utilizamos para representar conceitos. Mapas conceituais são diagramas de significados, de relações significativas, de hierarquias conceituais, se for o caso. Jamais podem ser confundidos com organogramas ou diagramas de fluxo, pois não implicam sequência, temporalidade ou direcionalidade, nem hierarquias organizacionais ou de poder.

Outros autores também reforçam a importância da utilização de mapas conceituais na educação e indicam a necessidade de que sejam realizadas e apresentadas mais pesquisas sobre o assunto devido a sua grande relevância no contexto educacional. Para Costa (2014) a construção dos conceitos utilizando mapas conceituais proporciona a organização das ideias de forma que algo não percebido antes em termos de conteúdo possa ser visto com clareza. Dessa forma, utilizar este recurso faz com que o ensino atinja a sua principal função, o aprendizado. O autor diz ainda que, se os mapas conceituais forem mais utilizados, poderão ser úteis para desenvolver conceitos, levando em consideração os conhecimentos prévios dos alunos.
REFERÊNCIAS:

COSTA, Carlos Diesson Ferreira. Mapas Conceituais no Ensino de Matemática: Uma aplicação para a aprendizagem significativa. 2014. 45p. Monografia (Licenciatura em Matemática)-  Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, Fortaleza, 2014.  Disponível em: <http://pt.slideshare.net/CarlosDiessonFerreir/monografia-diesson-costa-mapas-conceituais-no-ensino-da-matemtica-uma-aprendizagem-significativa>.  Acesso em: 04 jun. 2015.
MOREIRA, Marco Antonio. Aprendizagem significativa. A teoria de David Ausubel. São Paulo: Centauro, 2006.

_______. Aprendizagem significativa: A teoria e textos complementares. São Paulo: Livraria da Física, 2011.

_______. Mapas Conceituais e Aprendizagem Significativa. 2012a. Disponível em: <http://www.if.ufrgs.br/~moreira/mapasport.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2015.
NOVAK, Joseph D.; CAÑAS, Alberto J. A Teoria Subjacente aos Mapas Conceituais e como elaborá-los e usá-los. 2010. Disponível em: <http://www.revistas2.uepg.br/index.php/praxiseducativa/article/view/1298>. Acesso em:  20 maio 2015.

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